NOSSA PADROEIRA

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Nossa Senhora da Conceição

Rádio Católica de Macaiba

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

1ª Festa da Padroeira em Macaíba

Imagem de Nossa Senhora da Conceição após procissão


A festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Macaíba, completará o seu sesquicentenário em 2011. Apresentaremos aqui um relato inédito de como Nossa Senhora da Conceição foi designada padroeira do nascente povoado da Macaíba, fato que ensejou a realização da primeira festa da padroeira e constitui uma das passagens mais belas e emocionantes da história local.

Dos 32 filhos de Fabrício Pedroza havidos de seus três casamentos, Maria Terceira da Silva Pedroza (Terceirinha), fruto do primeiro matrimônio do patriarca macaibense, deixou para deleite de sua família (hoje uma fonte para historiadores) um caderno de notas intitulado: “Aos Meus”, no qual traz a baila uma série de esclarecimentos concernentes a história de Macaíba. Trata-se de um depoimento inédito de valor histórico, antropológico e sociológico que nos permite visão e comentário em torno dos aspectos mais interessantes da nossa cidade, naqueles velhos tempos.

Os cadernos foram milagrosamente guardados no acervo da sobrinha-neta, Sophia de Lyra Tavares, no Rio de Janeiro, de onde retirei várias observações sobre a história de Macaíba.

Um dos apontamentos diz respeito ao translado da imagem da padroeira Nossa Senhora da Conceição da comunidade de Guarapes para o povoado da Macaíba. Sabemos que em 1858, Fabrício Gomes Pedroza e sua terceira mulher Luiza Florinda Pedroza, numa cerimônia festiva, lançaram a pedra fundamental para a construção da capela do povoado e prometeram a doação da imagem da Imaculada Conceição da qual eram devotos. Com o crescimento do lugar era preciso alimentar material e espiritualmente o povo que para ali estava de mudança. Os trabalhos da construção do templo prosseguiram lentamente, sempre com o auxilio material de Fabrício Pedroza e família.

Em 1861, Antônio Pessoa de Araújo Tavares, marido de Guilhermina da Silva Pedroza, filha de Fabrício Pedroza, tendo empreendido viagem de negócios a Corte (Rio de Janeiro), trouxe uma imagem de Nossa Senhora da Conceição para sua esposa. O casal estava se preparando para uma temporada em seu engenho “Marotos”, localizado na cidade de Nazaré da Mata, província de Pernambuco, quando Guilhermina mostrou-se preocupada com o fato da capelinha da Macaíba encontrar-se sem um orago.

São notas de Terceirinha: “Acordaram as manas Guilhermina e Feliciana que o vulto da Imaculada Conceição, comprada na corte pelo meu cunhado Antônio Tavares para presentear a Guilhermina, deveria, com o consentimento do nosso pae, ser imediatamente sagrado como orago da capela em construção na Macaíba".
 
Entre os dias 06, 07 e 08 de dezembro de 1861, as irmãs, Guilhermina Tavares, Terceirinha, Josefa Pedroza, Feliciana Maranhão, Ignêz Generosa Tinôco, Maria Militina Tavares, Cândida Minervina Tavares, Maria Elvira Pedroza, Maria da Cruz Pedroza, Joaquina Pedroza, Luiza Pedroza e Áurea Pedroza, auxiliadas por um séquito composto das moradoras de Guarapes, Carnaubinha, Jundiaí e Macaíba, organizaram a procissão do translado.

Segundo Terceirinha: “todas as mulheres trabalharam o arranjo da carruagem que transportaria o vulto da Imaculada Conceição, colhendo nos jardins as flores e rosas mais bonitas que comporiam o cenário. Acertamos que vestir-mos-ia o branco e azul, trazendo os adoremus e terços votivos. Todos os cabrioles, tilburis e demais carros foram solicitados e transportaram enorme quantidade de senhoras e senhorinhas amigas nossas, que se irmanaram no propósito firmado por minhas irmãs”.

E os homens? Estes deliberaram a doação dos Santos Cosme e Damião e organizaram um cortejo que partiu do Engenho Jundiaí (também propriedade dos Pedrozas) e encontrariam as mulheres no alto do Ferreiro Torto. Todos elegantemente trajados “de cartola e fraque”, montados em garbosos cavalos de sela, “traziam nos braços fitas azuis e brancas e medalhas da Senhora da Conceição em suas lapelas”.

Um altar com as imagens de Cosme e Damião e da Senhora Santana foi montado previamente na passagem do Ferreiro Torto onde rezavam, aguardando. “misturavam-se os empregados negros e brancos, meninos e jovens, liderados ao passo lento do cavalo de papai e de meus irmãos e cunhados”. Distinguia-se entre outros homens: Antônio Alecrim, Delmiro Carneiro de Mesquita, João Evangelista de Vasconcelos Lima, Vicente de Andrade Lima, Feliciano de Lyra Tavares, Ismael César Duarte Ribeiro, Manoel Modesto Pereira do Lago e Manoel Joaquim Teixeira de Moura.

O Cortejo era guiado por Fabrício Pedroza, os filhos Francisco Pedroza, Inácio e Francisco Pedro Bandeira de Melo Neto; os genros Amaro Barreto Maranhão, Antônio, Francisco e Miguel Tavares e João Juvenal Tinôco.

Ao se encontrarem, as procissões confraternizaram e seguiram pelas ruas de chão batido e com os poucos lampiões existentes, que queimavam azeite de mamona, entoando cânticos de glória e louvor a Nossa Senhora da Conceição, Santos Cosme e Damião. As poucas residências por onde iam passando, estavam enfeitadas com flores e o povo em suas melhores roupas ia se juntando a procissão, contritos de fé e abraçando sua padroeira.
 
A Imagem de Nossa Senhora da Conceição, seguiu em uma carruagem de quatro cavalos conduzidas por Nhá Maroca, Judite, Mãe Luiza Pedroza, Guilhermina Tavares, Feliciana Maranhão e Ignêz Tinôco, além dos anjinhos Maria da Cruz, Joaquina, Áurea e Luiza Pedroza.


Luiza Pedroza, coroou pela 1ª vez a imagem de Nª Sª da Conceição

Chegando ao terreiro da igreja, já se concentrava muitas pessoas e devido o tamanho da capela, entraram as irmãs e os religiosos que depois de sagrarem a imagem como orago, “deu-se o coroamento da Imaculada Conceição em presença da multidão por minha pequena mana Luiza, que esteve bela. Depois do que uma enorme salva de palmas irrompeu do povo presente. Essa foi a primeira festinha que se deu em honra a excelsa Imaculada Conceição de Maria. Feliz o povoado que nasce sob a proteção de tão boa mãe e rainha”.
Após a cerimônia e mesmo durante a chegada do préstito houve inúmeras girândolas e músicas tocadas por uma banda vinda de Natal. Organizaram-se várias barraquinhas onde serviam as comidas típicas, algumas hoje quase desconhecidas: os pastéis de carne de porco, o chouriço, os doces secos, os sequilhos, as castanhas de caju confeitadas. Uma enorme mesa foi posta e todos tomaram parte nela, assistindo aos festejos seguintes que durariam até a manhã seguinte.

A festa profana, por esse tempo, era mais viva e reunia todos os folguedos da região. Assim, os homens organizaram corridas de argolinhas e apresentação de pastoril. A autora refere ainda que saíram às ruas o maracatu, o batuque e o Bumba-meu-boi, folguedo da preferência de Fabrício Pedroza.Embora Jundiaí e Guarapes tivessem Nossa Senhora da Conceição como padroeira, esse depoimento apresenta a primeira manifestação religiosa especificamente ligada a festa da padroeira de Macaíba, que em 2011 completará 150 anos.

Fonte : História e Genealogia - www.historiaegenealogia.com
Fotos : História e Genealogia - Anderson Tavares